O que é a ureia?
A ureia é um composto sólido, nitrogenado não proteico derivado do petróleo. Ao alcançar o rúmen do animal, através da enzima uréase é desdobrada em amônia e CO2, daí os micro-organismos passam a usar essa fonte de nitrogênio para síntese de nova proteína.
A principal vantagem da ureia é permitir a economia de insumos sem comprometer a produtividade dos animais, e o melhor aproveitamento de alimentos com teor de fibras (grosseiros).
A aptidão para o uso da amônia pelos micro-organismos do rúmen é o fator mais importante na nutrição de ruminantes.
A proteína sintetizada através da ureia é também degradada no abomaso e intestino, e os aminoácidos (constituintes de proteína), são absorvidos e levados para os tecidos pelo sangue, onde poder ser utilizados para a síntese de nova proteína.
Fatores que influenciam o aproveitamento da ureia pelos ruminantes
• A fonte e a quantidade de carboidratos são os fatores mais importantes para a síntese de proteína microbiana pelos micro-organismos do rúmen.
• O nível de proteínas verdadeiras na dieta afeta a conversão de nitrogênio não proteico em proteína microbiana, portanto é imprescindível.
• Aminoácidos contendo enxofre, como cisteína, cistina e metionina, saem sintetizados pelas bactérias e incorporados à proteína microbiana.
• A idade a categoria animal e o tipo de exploração afetam o aproveitamento da ureia.
• A uréase pelo fato de ser produzida por bactérias, o líquido do rúmen apresenta uma alta atividade ureolítica. Por isso, a taxa de hidrólise da ureia do rúmen é quatro vezes maior que a capacidade de utilização de amônia pelas bactérias do rúmen.
Observação para a utilização da ureia
• As exigências nutricionais, devem estar satisfeitas em energia e minerais principalmente.
• A primeira regra prática: o nitrogênio da ureia não pode ser maior do que 33% do nitrogênio total da dieta.
• A quantidade da ureia na ração não pode ser superior a 1% da matéria seca da dieta.
• Quando os animais são alimentados com concentrados, a ureia não pode ultrapassar 3% da mistura.
• Para uma margem de segurança, ministrar de 30 a 50 gramas de ureia para cada 100kg de peso vivo do animal, conforme o tipo de dieta e modo de administração.
• A ureia deve ser misturada homogeneamente no alimento concentrado para obter uma ingestão regular do alimento.
• As misturas contendo ureia devem ser fornecidas pelo menos duas vezes ao dia.
• O controle do consumo individual deve ser rigoroso.
Toxidez da ureia e prevenção
Os sintomas de intoxicação incluem surdez, inquietação, tremores musculares, salivação excessiva, defecação constante, respiração ofegante, incoordenação motora, enrijecimento das pernas, empanzinamento (ventre aumentado), colapso circulatório, asfixia e morte.
A toxidez ocorre quando a ureia é fornecida de forma rápida, ou quando os animais estão fracos ou não adaptados à dieta com ureia, ou ainda quando não há fontes de carboidratos solúveis na dieta, ou quando a mistura não está bem feita.
A intoxicação é devida ao excesso de amônia no rúmen.
A melhor forma de adaptar o animal a dieta contendo ureia pelo aumento gradual semanalmente, até alcançar a ingestão da quantidade desejada. Deve-se iniciar com um quarto (25%), da quantidade total.
Como utilizar a ureia
Silagem: a silagem tem sido usada amplamente como veículo para ministrar ureia nos animais. Trabalhos mostram que silagem sem nenhum aditivo foi incapaz de manter o peso vivo dos animais, e quando adicionou ureia, (0,5%) houve ganhos da ordem de 0,880kg por dia.
Ureia com cana-de-açúcar: A mistura de ureia com cana-de-açúcar é relativamente simples, deve ser utilizada a 0,5% no período de adaptação e a 1% após a segunda semana de uso. Para uma melhor performance dos animais, a cana-de-açúcar deve ser corrigida com minerais, proteínas e gordura.
Ureia com restos culturais: as palhadas (arroz, cevada, feijão, bagaço de cana) são caracterizadas pelo alto conteúdo de parede celular e baixo teor de digestibilidade. A utilização da ureia nas palhadas consiste em:
Preparar uma solução de 5% de ureia (5kg para cada 100 litros de água) aplicar esta solução de 0,5 litros por kg de palha, em seguida cobrir o material com lona plástica, vedando todos os orifícios. Após 3 semanas remover o material e expor ao sol para secagem. Os seguintes resultados com palha de arroz foram obtidos: teor de proteína passou de 3% para 7,1%. A digestibilidade da matéria orgânica passou de 41% para 52%. Houve aumento na ingestão de matéria seca em 27%.
Ureia com concentrados: diversos trabalhos mostram que é necessário usar fonte de nitrogênio proteico quando se usa ureia (melaço, farelo de algodão, farelo de trigo e fubá de milho).
Como tratar o animal intoxicado
Forçar o animal intoxicado a ingerir vinagre no início na intoxicação, seguindo-se a segunda ingestão de 3 horas após a primeira, de 3 a 5 litros por animal.
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